quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Duílio Galli - Biografia




Apesar do sobrenome italiano, é “Caipira da Gema”. Nasceu em 16 de setembro de 1930, em São Carlos, S. Paulo, mas passou toda a sua infância em Ibitinga. Foi aluno de Tarsila do Amaral, com quem conviveu e aprendeu e se enriqueceu culturalmente e a partir daí sim, envolvido pelos bons conselhos da mestra, entrou de cabeça no mundo das artes plásticas, abandonando a carreira de contabilista, para viver esta aventura que vai deste universo colorido das imagens de santos e grávidas ao branco e preto dos retirantes e profetas, que compõe o seu mundo interior.

Possui três livros editados onde conta suas andanças pelo mundo, e suas poesias premiadas em vários concursos.

Em 1977 participou da Bienal Internacional de São Paulo, selecionado entre artistas do mundo inteiro, fez mais de 200 exposições entre coletivas e individuais pelo mundo todo, sempre recebendo prêmios, de medalhas de ouro a menções honrosas.
Andou pelo mundo, com uma mochila nas costas, pouco dinheiro no bolso e seus quadros embaixo do braço, vendendo, expondo e enriquecendo seu repertório artístico através das artes dos grandes mestres.

Fundou junto com outros artistas o encontro semanal da arte na Praça da República em São Paulo que até hoje acontece com grande sucesso.


Foi um dos precursores das idéias ecologistas, junto com outros artistas, fundam o “Arte e Pensamento Ecológico”, grupo que surge no auge da ditadura, como movimento pioneiro de conscientização do povo brasileiro.

Em 1974 recebe o reconhecimento da cidade de Ibitinga que o adotou como filho, titulando-o como “Cidadão Ibitinguense”.

Possui duas Vias Sacras entronizadas nas Igrejas Matriz de Ibitinga e Bom Jesus dos Milagres em Limeira.

Ativo, continua produzindo e expondo pelo interior de São Paulo e no exterior e paralelamente trabalha na TV Cidade de Ibitinga, afiliada da TV E Rio de Janeiro, como vídeorreporter, produzindo imagens e vídeos culturais e ecológicos.

Cronologia

Pintor, gravador, escultor, escritor
1971 - Ibitinga SP - Organização do Museu Municipal de Ibitinga
1975 - São Paulo SP - Um dos líderes do grupo Arte e Pensamento Ecológico formado por
artistas e intelectuais brasileiros
1981 - Vários países - Viaja pelo mundo visitando Chile, Tahiti, Hawaí, Japão, Índia, Egito,
Israel, Grécia, Itália e Portugal
1984/1990 - Nova York (Estados Unidos) - Viaja com frequência para essa cidade
1987 - Ibitinga SP - Realiza uma Via Sacra para a Igreja Matriz
Exposições Individuais
1967 - São Paulo SP - Primeira Individual, na Galeria KLM
1969 - Milão (Itália) - Individual, no Centro Cultural Ítalo-Brasileiro
1970 - São Paulo SP - Individual, na Mini-galeria da USIS
1974 - Santos SP - Individual, na Secretaria do Turismo de Santos
1976 - São Paulo SP - Individual, no Acre Club
1978 - Osasco SP - Individual, no Museu Dimitri Sensaud de Lavaud
1980 - São Paulo SP - Individual, na Itaugaleria
1981 - Tokuiama (Japão) - Individual, na Prefeitura Municipal de Tokuiama
1981 - Tóquio (Japão) - Individual, na Varig Brasil Airlines
1983 - Brasília DF - Individual, na Itaugaleria
Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais
1984 - Sarasota (Estados Unidos) - Individual
1985 - Ribeirão Preto SP - Individual, na Itaugaleria
Fontes de Pesquisa
DUÍLIO Galli: retrospec 74. Texto de Jos Luyten. São Paulo: Galeria Prestes Maia, 1974.
DUÍLIO Galli. São Paulo: Feira de Arte/Praça da República, s.d.
DUILIO Galli. Apresentação de Jos Luyten. São Paulo: Fundação Bienal, 1977. (XIV
Bienal Internacional de São Paulo).
DUILIO Galli. Apresentação de José Celso de Camargo Sampaio. São Paulo: Museu
Dimitri Sensaud de Lavaud, 1978.
PONTUAL, Roberto. Dicionário das artes plásticas no Brasil. Apresentação de Antônio
Houaiss. Textos de Mário Barata et al. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1969.
Exposições Coletivas
1966 - São Paulo SP - 1º Salão dos Novos de Arte, no Theatro Municipal
1966 - São Paulo SP - 5º Salão do Trabalho - menção honrosa
1967 - São Paulo SP - 16º Salão Paulista de Arte Moderna - menção honrosa
1967 - São Paulo SP - 1ª Exposição de Pintores Surrealistas do Brasil, no Auditório Itália
1967 - São Paulo SP - 6º Salão do Trabalho - menção honrosa
1968 - Santo André SP - 1º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço
Municipal
1968 - São Paulo SP - 17º Salão Paulista de Arte Moderna - medalha de bronze
1968 - São Paulo SP - 2ª Exposição de Pintores Surrealistas do Brasil, no Auditório Itália
1968 - São Paulo SP - 8º Salão do Trabalho
1969 - Lisboa (Portugal) - O Brasil Desconhecido, no Palácio Foz
1969 - São Paulo SP - Arte Fantástica, no Auditório Itália
1969 - São Paulo SP - Concurso Ann Sullivana, no Sesi - menção honrosa
1970 - Santo André SP - 3º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço
Municipal
Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais
1971 - Atibaia SP - 4º Encontro de Artes Plásticas
1971 - Santo André SP - 4º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço
Municipal
1972 - São Paulo SP - 2º Salão Paulista de Arte Contemporânea
1972 - São Paulo SP - 3º Salão Paulista de Arte Contemporânea
1972 - São Paulo SP - Artistas Pioneiros da Arte Fantástica no Brasil, na Secretaria de
Turismo do Estado de São Paulo
1972 - São Paulo SP - Mostra de Arte Sesquicentenário da Independência e Brasil Plástica -
72, na Fundação Bienal (São Paulo, SP)
1972 - Verona (Itália) - Coletiva, na Galeria Faunus
1973 - Atibaia SP - 5º Encontro de Artes Plásticas - medalha de ouro
1973 - São Paulo SP - Bienal Nacional - Brasil Plástica 72
1974 - Santo André SP - 7º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço
Municipal
1974 - São Paulo SP - Retrospect 74, na Galeria Prestes Maia
1975 - Santo André SP - 8º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço
Municipal
1975 - São Paulo SP - Arte e Pensamento Ecológico, na Câmara Municipal de São Paulo
1976 - Atibaia SP - 8º Encontro de Artes Plásticas - prêmio aquisição
1976 - Santo André SP - 9º Salão de Arte Contemporânea de Santo André, no Paço
Municipal
1976 - São Paulo SP - Bienal Nacional 76, na Fundação Bienal
1977 - São Paulo SP - 14ª Bienal Internacional de São Paulo, na Fundação Bienal
1978 - Rio de Janeiro RJ - 18ª Arte e Pensamento Ecológico, na Biblioteca Euclides da
Cunha
1979 - São Paulo SP - Gravuras: Técnicas, na Galeria da Faculdade Padre Manoel da
Nóbrega
1983 - São Paulo SP - Panabienal Ecológica, no CCSP


Textos críticos

"No início, suas obras apresentavam pequenas figuras, normalmente santos ou beatos. Nesta época, Duílio era considerado primitivista mas ele preferia chamar-se de pintor caipira. Posteriormente, suas obras foram ficando mais claras, mais luminosas apresentando uma perfeição técnica que até hoje predomina em todos os seus trabalhos. Suas figuras alongadas sempre fascinaram os espectadores e as vibrações em tons verdes que Duílio conseguia nesta fase, fizeram com que fosse classificado como surrealista. Ele se opôs Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais conseguia nesta fase, fizeram com que fosse classificado como surrealista. Ele se opôs muito a essa denominação, pois, segundo o próprio manifesto de André Breton, faltavam à sua obra elementos essenciais como morbidez, sexualidade onírica. Além disso, os trabalhos de Duílio sempre foram essencialmente cristãos, profundamente impregnados por religiosidade e sentimentalismo. Por isso, em vez de surrealista, ele preferia que se chamasse sua obra de arte fantástica.

Posteriormente, Duílio ingressou em uma de suas fases mais magníficas em que ele apresentava a problemática de gente do interior ingressando na cidade grande ou então do homem sendo massacrado pela asfixiante metrópole. Os prédios, por assim dizer, se curvavam, alongavam-se para agarrar e sufocar os seres humanos ou então se transformavam em labirintos intransponíveis. Nesta época, Duílio conheceu alguns artistas como A. Peixoto, Eunibaldo Tinoco e Zé Cordeiro e resolveu-se: sua arte seria chamada simplesmente de Arte Brasileira. A partir daí, continuou pintando alternando temáticas e enriquecendo suas obras tecnicamente. Hoje em dia, sem dúvida alguma, Duílio Galli está entre os grandes artistas do Brasil (...)".

Duílio Galli Retrospec 74. Texto de Jos Luyten. São Paulo: Galeria Prestes Maia, 1974

Conteudo biográfico extraído da Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Plasticas

2 comentários:

  1. eu adoro sua obra a minha profe ate pasa para nos

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  2. semana que vem eu irei no seu museu Duílio!!! que legal

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